segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

nó ingênuo

eu conheço uma rua que me dobra em olhos cegos
eu conheço também um povo que, enquanto pasmo,
 dobra a minha pele
sem guardar na gaveta dos seus olhos mágicos
eu conheço um muro que dúvida dos sinais com nó cego
 dos quais seria menos cega se tivesse soltado a vista
eu me lembro também de uma calçada circunsizada
que me dava paixão de desafiar pra um duelo
e de fazer dela janta, adversária de forças secretas
eu não conheço nenhum outro caminho
pra encontrar essa rua, esse muro, essa tinta de novo
eu não conheço nenhum outro quarto cerzido
 para me desapegarem num nó cego
nos pelos
na janta
no umbigo circunscrito, endividado e perdido
eu não sei onde fui perder o meu código
acordado e aceso em dias de não
ou, simplesmente, dias de fronteiras de carne fresca
sem notícias de si mesmas]
Não reconheço mais o meu olho, no caso, dobrado
pelo ontem
onde todos me assavam nos primeiros armários,
de nascença]
e sem pedir licença
Festas na piscina rasa
que eu dou sem nem me atravessarem a cara
eu extravaso quando me anulo
na rua de mão dupla.

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