segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Mais

Mas eu me cuido
e não discuto
com a cara do mau que me aceita
que se aproveita da minha dor
vestida de saltos de peleja
toda noite,
eu banho a minha história de cerveja
e o meu bairro de tristeza
de mil crateras
que eu roubo da lua pro asfalto
eu ardo os nomes
que não se rendem a números
nem de ID nem data
data rasgada
em cada cruz que há nas casas
sem paredes nem alma
sem crianças ralas com bonecas fartas
e corações fadados
a serem pau de arara
da própria cidade
sem poesia ou poetisa
que me publica e multiplica
em olhos, seios e beijos cegos

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